31/12/2008 – Como Gerar Mudanças de Modo Profundo e Duradouro na Própria Existência.
(Diálogo com o Espírito Eugênia)

Benjamin Teixeira,
em diálogo com o espírito
 Eugênia.

(Benjamin) – Amada Eugênia, em considerando a próxima passagem de ano, vamos falar sobre mudanças de vida, como torná-las mais sustentáveis, hoje, na palestra. Deseja aditar-nos algum apontamento?
(Eugênia) – Não algo que não já tenha sido dito, alhures, por nós mesma ou por você. Contudo, posso fazer um breve resumo do que seja mais importante dentro desta temática:


1) Descobrir e consolidar, em si mesmo, clara sintonia com a consciência, para se verificar o que se realmente quer, por que se quer e como se quer. É de suma relevância detectar-se se um desejo, por exemplo, é proveniente do ego, do Id, ou do Eu Superior, se se trata de um resultado de condicionante familiar ou cultural, ou se, de fato, parte da intimidade mais profunda do próprio ser, em consonância com os propósitos de Deus para esta criatura, na reencarnação que ora desfruta. Somente estes últimos, quando considerados uma prioridade de vida, podem felicitar o indivíduo em profundidade, a despeito de as outras necessidades e aspirações merecerem cuidados e deverem ser atendidas (mas dentro de critérios e medidas definidas pela meta precípua). Entretanto, antes que se estabeleça qualquer ordem de prevalência de interesses, mister se faz que a criatura tenha introvisão e conhecimento de si bastantes para não se enganar quanto à natureza de cada impulso, de modo que não haja racionalizações perigosas, como confundir, por exemplo, um ímpeto de poder com uma ânsia humanitária genuína. Conhecer-se profunda e honestamente, sem autodelusões complacentes, no auto-elogio indireto (por isso, ardiloso e mentiroso) dos complexos de vítima e inferioridade, é o primeiro capítulo do aprendizado a ser feliz e sábio. O resto vem por conseqüência, em etapas sucessivas e bem mais fáceis de realização íntima, com repercussões no mundo externo, após vencido este óbice-desafio fundamental.

 

2) Estabelecer uma planilha cronogramática de atividades, dividindo equitativamente o tempo, entre todos os âmbitos existenciais, sem descurar de nenhum deles, incluindo, a grosso modo: o familiar, o pessoal, o conjugal, o profissional, o vocacional, o religioso ou espiritual. Pode-se fazer esta taxionomia de deveres existenciais sob a ótica de outros sistemas de avaliação. Por exemplo: a dimensão física, a emocional, a mental e a espiritual da criatura; ou, digamos ainda: as necessidades animais, humanas e divinas dentro de cada um de nós. O importante é que se dê uma cobertura completa a todos os departamentos existenciais e conscienciais do ser humano.

 

3) Estabelecer, dentro desta “cobertura completa”, qual a escala de prioridades de deveres, compromissos e tarefas a serem cumpridas, para que se faça uma administração de tempo, energia e espaço mental, de acordo com o valor de cada função-ocupação. É neste ponto que adentra a imprescindível tarefa de definir qual necessidade é essencial e deve, portanto, se sobrepor (sem solapar – isso é visceralmente importante) às demais. E, sempre, para a realização da plenitude, as necessidades do Espírito têm que estar acima das de ordem “inferior”, de auto-afirmação social (egóica) ou de premências fisiológicas diversas (corporais).

 

4) Definir critérios razoáveis – por isso, sustentáveis e com condição de se fazerem duradouros e efetivos – de metas a serem atingidas. Para tanto, devem estes escopos, por outro lado, estar bem definidos, de modo objetivo, quantitativo, a fim de que possam ser monitorados. Transformar em números abstrações como “ser mais espiritual” ou “adquirir maior cultura”, da seguinte forma, por exemplo, respectivamente: “freqüentar duas vezes na semana tal grupo relígeo-filosófico do meu agrado, aplicando, sistematicamente, as práticas espirituais lá professadas” e “ler trinta minutos por dia”.

 

(B) – Mais algo a dizer?

 

(E) – Não, satisfeitíssima.

(Diálogo travado em 28 de dezembro de 2008. Revisão de Delano Mothé.)