por Sérgio Silva Santana

Aprisionados num campo de trabalhos forçados, na época mais crítica de perseguições aos cristãos, um discípulo questiona ao seu mestre porque Jesus teria permitido que fosse parar ali. Em instantes depois surge o ensejo da resposta: um cruel soldado romano toma da cuia de um velho prisioneiro e derrama no chão parte do já tão escasso caldo que constituía a alimentação daqueles homens, dizendo que a porção que restara era o que merecia o pobre idoso pelo pouco que ali trabalhava. Então, o nobre ancião, sem dizer uma única palavra, recolhe parte do alimento de seu discípulo, completando sua própria cuia, e leva-a até o velho prisioneiro. Depois disso, com um olhar forte e penetrante, mostrando a ascendência moral de seu espírito naquele lugar, promove tocante transformação no semblante de todos. Soldados baixam a cabeça, prisioneiros suspendem o riso perverso.

O discípulo tinha então a sua resposta. João, o evangelista, o único apóstolo que ladeava a mãe do CRISTO JESUS no momento ápice da crucifixão, representava naquela fétida prisão, a presença da LUZ DIVINA, amparando e consolando, distribuindo a todos o amor abundante em seu coração santo.

Reflexão propiciada na palestra pública do Instituto Salto Quântico em 4 de Julho de 2010.