[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=jgNz2eguzqI[/youtube]

Por Sergio Silva

Quando padecemos de alguma enfermidade que reclama intervenção cirúrgica, não nos incomodamos de ser cortados e costurados pelas mãos de um médico. Entregamo-nos de boa vontade aos cuidados do anestesiologista, que, através de quantidades precisas de certos “venenos”, nos levam à proximidade da morte, para que sejamos submetidos à cirurgia sem nada sentir. A dor, no entanto, nos visita no pós-operatório, como consequência do procedimento que, embora bastante agressivo, se mostrou necessário ao restabelecimento de nossa saúde.

Por que não agirmos assim quando se trata da cura de nossa alma? Os processos dolorosos do despertar de nossa consciência são, muitas vezes, viabilizados graças a atitudes firmes, conscientes e responsáveis de nossos terapeutas, professores ou gurus, as quais geralmente vemos como graves ofensas que podem até ser perdoadas, mas dificilmente compreendidas. Sejamos respeitosos com os nobres profissionais da medicina que atuam em benefício de nossa integridade física, mas jamais deixemos de demonstrar nossa gratidão àqueles que nos conduzem a patamares mais altos de consciência. Nas UTIs da vida, são eles os cirurgiões que podem realmente nos salvar, porque não atuam sobre o que supomos ter, mas sobre o que somos.

Reflexão propiciada na palestra pública do Instituto Salto Quântico, em 5 de dezembro de 2010.